Miguel Cruz apresenta posição portuguesa sobre financiamento ferroviário ao HLIM 2025

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  • High Level Infrastructure Meeting 2025
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O presidente da Infraestruturas de Portugal defendeu, no High Level Infrastructure Meeting 2025, em Varsóvia, o reforço do financiamento europeu para assegurar os investimentos estratégicos na ferrovia portuguesa.

No âmbito das iniciativas de alto nível do setor ferroviário europeu que estão a decorrer em Varsóvia, realizou-se, no dia 19 de novembro, a edição de 2025 do HLIM – High Level Infrastructure Meeting. Este evento, organizado conjuntamente pelas associações European Rail Infrastructure Managers (EIM) e European Railway and Infrastructure Companies (CER), constitui uma plataforma de discussão estratégica sobre a gestão da infraestrutura ferroviária europeia.

Tendo a Companhia Gestora da Infraestrutura Ferroviária da Polónia - PKP Polskie Linie Kolejowe S.A. - como anfitriã, a edição deste ano contou com responsáveis de diversos membros das duas associações, assim como convidados de instituições europeias e de entidades representativas do setor ferroviário.

Os oradores participaram em dois painéis de debate, centrados nos seguintes temas:

  • High-Speed and International Rail: Europe Without Barriers (Alta Velocidade, Mobilidade Militar, partes da Regulamentação de Capacidade);
  • The New EU Budget Proposal: What’s in It for Rail – and Setting the Priorities Ahead.

Miguel Cruz, presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), participou no segundo painel, juntamente com representantes dos gestores de infraestruturas da Polónia, República Checa, Dinamarca e Itália. Na sua intervenção, abordou as necessidades de financiamento dos investimentos em curso e previstos para a ferrovia portuguesa, com destaque para a implementação da rede ferroviária de alta velocidade. Neste contexto, deu nota das negociações atualmente em curso relativas ao futuro Quadro Financeiro Plurianual (QFP), mecanismo fundamental para o planeamento estratégico e orçamental da União Europeia no período 2028-2034.

O responsável máximo da IP sublinhou ainda a importância de refletir sobre os principais instrumentos de financiamento existentes e previstos - Connecting Europe Facility (CEF), European Competitiveness Fund (ECF), National and Regional Partnership Programmes (NRPP) e programa comunitário Horizon dedicado à Investigação e Inovação - reforçando igualmente a necessidade de recorrer a fontes alternativas e a modelos de financiamento misto, como Green Bonds, instrumentos do Banco Europeu de Investimento e Parcerias Público-Privadas.

No encerramento da sua intervenção, Miguel Cruz destacou a urgência de reforçar os investimentos destinados a aumentar a resiliência climática das infraestruturas ferroviárias, cada vez mais expostas a fenómenos extremos, como demonstraram os recentes episódios de chuva intensa em Portugal. Defendeu também uma abordagem mais arrojada e menos conservadora à inovação no setor.

Entre as várias intervenções, emergiu um conjunto de preocupações comuns, nomeadamente a necessidade de a Comissão Europeia assegurar mecanismos de financiamento ajustados aos objetivos mais recentes da rede ferroviária de alta velocidade, da mobilidade militar, da eficiência da gestão da capacidade ferroviária e das necessidades de manutenção da rede existente.